Professores se perguntam sobre o porquê ensinar certos conteúdos e alunos se questionam, sobre qual seria realmente a justificativa de ensinar matemática. Uma boa resposta para isto é que a matemática é necessária em atividades que envolvem aspectos quantitativos ou de contagem, ou até mesmo que a matemática desenvolve o raciocínio lógico. A justificativa de ensinar matemática é enfatizada por Ávila (2010, p. 27) que afirma: “A razão mais importante para justificar o ensino da Matemática é o relevante papel que essa disciplina desempenha na construção de todo o edifício do conhecimento humano.”
Cabe ao professor de matemática preparar os jovens, assumindo a função de organizador e mediador. A nova realidade educacional exige que o professor tenha sólidos conhecimentos tanto da Matemática como de outras áreas de ensino, para corresponder o que a sociedade espera, sendo que esta está cada vez mais exigente. Por motivos dessas exigências, educadores matemáticos têm buscado respostas sobre o porquê dos índices de desempenho tão baixo, em relação à disciplina de matemática, assim como o porquê do desinteresse por parte dos alunos ao aprender matemática.
Talvez um dos motivos pelo qual haja tanto desinteresse dos alunos em relação à matemática pode ser o fato de como ela está sendo ensinada. Ou pelo fato de ela não mostrar para que serve no cotidiano.
As necessidades cotidianas fazem com que os alunos desenvolvam a capacidade de identificar e reconhecer problemas matemáticos, buscando formas de solucioná-los. Cabe a escola potencializar essa capacidade. O significado de matemática para aluno torna-se mais fácil a partir do momento em que ele pode relacionar os conceitos aprendidos com seu dia-a-dia, Vygotski (1996, p. 71), afirma que “cada conceito surge relacionando com todos os restantes e uma vez formado vem a determinar, por assim dizer, seu lugar no sistema de conceitos anteriormente conhecidos”.
A partir do momento que a matemática desenvolve a criatividade, incentiva a construção de ideias, faz com que os alunos reflitam e possam tirar conclusões baseado em dados, temos uma matemática funcional que contribui de forma construtiva na formação intelectual, e isso é um fator muito importante para a construção da cidadania, ainda mais na medida em que a sociedade se utiliza de recursos tecnológicos e científicos.
Dentro da matemática existem alguns tópicos mais ligados à formação do cidadão e que, cada vez mais, estão sendo utilizadas pelos meios de comunicação, entre eles, está a leitura e interpretação das informações numéricas como índices, percentuais, gráficos e tabelas, que são elementos básicos da estatística.
A educação tem de atender as necessidades cotidianas do aluno, pois os mesmo trazem para a sala de aula conhecimentos e ideias construídas através das experiências que vivenciam na sociedade.
A procura por esclarecimentos e entendimentos sobre as formas de como os meios de comunicação utilizam para transmitir dados de pesquisas, dados da educação e economia entre outros, é que leva a destacar a importância dos conteúdos estatísticos.
O ensino da estatística não deve apenas se restringir ao nível superior ou ao médio, mas sim, desde o inicio da vida escolar da criança, pois esta quando ingressa na vida estudantil, já traz consigo uma bagagem de noções muito grande sobre números, devido às informações que a mídia fornece diariamente.
Devido à frequência e à necessidade de compreender as informações veiculadas pelos meios de comunicação, para tomar decisões e fazer previsões que terão influência não apenas na vida pessoal, como na de toda a sociedade. É necessário que se saiba ler e interpretar os dados apresentados de maneira organizada, para poder resolver situações-problema que impliquem o recolhimento de dados e análise de informações.
Diante da exigência do mercado e da sociedade, por pessoas mais criticas e capacitadas para tomar decisões baseadas em dados, o tratamento da informação é uma das áreas da matemática que tem sido valorizada nas atuais propostas curriculares. Isso se justifica pelo saber ler e interpretar diferentes textos em diferentes linguagens, analisar e interpretar informações, fatos e ideias, ter capacidade de organizar informações, questionar, selecionar, estabelecer relações, o que são apenas algumas habilidades básicas para o exercício da cidadania, e que o estudo da estatística possibilita desenvolver.
